Neste filme, o cinquentenário da independência do Mali transforma-se, na base sobre a qual se questiona a função do contador de histórias, aquele que narra e, inevitavelmente constrói e inventa a história.
O autor, Joris Lachaise, opta por usar a terceira pessoa e uma perspectiva distante, retratando África através do seu próprio olhar, o olhar de um branco, a visão-padrão que continua a formatar África.
É uma posição crítica, mas atenta e vigilante como se, através de uma montagem caleidoscópio, se captassem os diferentes estados de um corpo descolonizado. Livre, digressivo e inventivo, este documentário, incentiva-nos a pensar na história de uma forma não-didática e a questionar sobre as condições e as consequências relacionadas com a obtenção da liberdade.