Por um lado, a história dos nacionalistas, o combate ao colonialismo, e a independência.
A vida no tempo colonial e as estratégias de luta: a clandestinidade, o programa Angola Combatente, a pós-independência. Por outro, a geração herdeira de um passado revolucionário que denuncia as injustiças actuais e que reivindica o lugar dos afrodescendentes em Portugal. Entre ambas, a cultura como resistência, literatura, música, teatro e comunicação, linguagens que exprimem dores colectivas e criam movimentos.
MARTA LANÇA
Nasceu em Lisboa em 1976. Jornalista, tradutora, editora e produtora, formou-se em Línguas e Literaturas Modernas, e é Doutoranda em Estudos Artísticos na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Bolseira da FCT. Criou a revista V-ludo e escreveu em várias publicações como a revista Ler, jornal Público, DNA ou Le Monde diplomatique. Viveu em Cabo Verde, Angola, Moçambique e Rio de Janeiro, onde desenvolveu projectos culturais, e trabalhou em várias revistas e publicações. Esteve envolvida na pesquisa e produção das séries documentais e comissariou o Roça Língua, primeira residência de escrita de autores de língua portuguesa em São Tomé e Príncipe. Em 2010 criou o portal BUALA do qual é editora.
ADOLFO MARIA
Nasceu em Luanda em 1935 e, desde jovem que se entregou ao combate pela independência de Angola, nas suas vertentes cultural, política e armada. Foi membro dos corpos dirigentes da Sociedade Cultural de Angola e do Cine-Clube de Luanda, do corpo redactorial do jornal Cultura e foi jornalista no diário luandense ABC. Em 1959, foi preso pela PIDE, e anos mais tarde partiu para o exílio, onde foi um dos fundadores e dirigentes do Centro de Estudos Angolanos, em Argel. Dirigiu a Rádio Angola Combatente e a corrente contestatária Revolta Activa, no MPLA. Em Portugal e em Angola, dá continuidade ao debate sobre África, relatando os testemunhos dos tempos que viveu em guerra e no exilo.
ANABELA RODRIGUES
Descendente de imigrantes, é mãe, poeta e activista. Co-cordenadora da Associação Grupo Teatro do Oprimido de Lisboa e uma das mentoras do AMI-AFRO, uma inovadora experiência estética sobre as especificidades das opressões enfrentadas pelos afro-descendentes que aborda de forma artística temas silenciados como a discriminação racial, de sexo e classe. É membro da rede internacional de Organizações de Teatro do Oprimido da Europa Together (Portugal, França, Espanha, Alemanha, Itália, Croácia e Reino Unido); foi coordenadora de atividades de educação não formal na Associação Cultural Moinho da Juventude (1997–2008) e da Fundação Francis Obikwelu (2008–2009).
CARLA FERNANDES
Nasceu em Angola e cresceu em Portugal. É jornalista e produtora de rádio freelancer e blogger. Formou-se em Tradução das línguas inglesa e alemã na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 2008, ingressou num curso de rádio para jornalistas internacionais na Deutsche Welle Akademie, em Bona, e trabalhou durante seis anos na redação de português para África da Rádio Deutsche Welle. Em finais de 2013, voltou para Lisboa para fazer um mestrado em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação. Um ano depois, criou o audioblogue Rádio AfroLis, onde trata assuntos relacionados com as comunidades afrodescendentes a viver em Lisboa.
VIRGÍLIO VARELA
Tem mestrado em Educação pelo King’s College, University of London, diploma em Gestão de Projectos pelo Institute of Leadership and Management. É formador/consultor em ferramentas de Inovação Social. Desenvolveu projectos sociais e formações em Portugal, Inglaterra, França e Brasil. Desde 1995 que trabalha com jovens e criou um Programa de Artes da Juventude combinando dança, música e teatro. Em 2011 lançou Do Something Portugal, um projecto de voluntariado jovem para inspirar a mudança social. É compositor de canções e autor da rúbrica de televisão Inovadores Sociais na RTP África.